Promotor
Óbidos Criativa E.M.
Breve Introdução
WOLFGANG AMADEUS MOZART
A Sinfonia Júpiter, uma das obras de Wolfgang Amadeus Mozart mais tocadas nos nossos dias, preenche por inteiro a segunda parte deste programa. Trata-se da derradeira sinfonia do compositor austríaco e uma das partituras instrumentais mais imponentes que escreveu. O nome por que é conhecida faz justiça a essa condição. Foi-lhe atribuído postumamente, quando um empresário radicado em Londres, Johann Peter Salomon, publicou uma versão reduzida para piano com o título emprestado do nome do maior planeta do sistema solar. Terminada em 1788, é uma obra introspetiva e exuberante, graciosa e perturbadora. Sintetiza as mais importantes técnicas de escrita orquestrais do passado, mas chama a si uma postura vanguardista, intimando os compositores que lhe seguiram a uma atitude de permanente evolução. Uma das características que melhor a distinguem será a coexistência dos mais elaborados recursos do estilo Barroco com premissas que apontavam caminhos ao Romantismo musical. Esta era uma convergência extremamente inovadora àquela data, um mérito que é, ainda hoje, amplamente reconhecido. Antes do intervalo, são interpretadas mais duas obras do mesmo compositor, nas quais sobressaem dois instrumentos solistas: a flauta e a harpa. Destaca-se aqui o Concerto para Flauta e Harpa, escrito dez anos antes, quando Mozart ainda arriscava a sorte nos salões aristocráticos das principais cidades europeias. Esta obra, em particular, foi escrita para um duque parisiense, que tocava flauta, e sua lha, harpista. Os intentos financeiros do músico não foram satisfeitos, mas ficou para História um documento que comprova o quanto era capaz quando pretendia agradar alguém. Numa altura em que as técnicas de construção, quer da auta quer da harpa, ainda não permitiam obter o som depurado que lhes conhecemos hoje, não deixa de surpreender a dimensão da beleza alcançada mediante tão grande simplicidade de recursos.
Interpretação
ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA
CAROLINA COIMBRA - HARPA
NUNO INÁCIO - FLAUTA E DIREÇÃO MUSICAL
Leciona Música de Câmara na Escola Superior de Música de Lisboa desde 1999 e orienta a classe de Flauta na Academia Nacional Superior de Orquestra desde 2004. É, desde 2005, 1.º Flautista da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Terminou a Licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), com classicação máxima, sob a orientação de Anthony Pringsheim (Flauta), Fernando Fontes e Olga Prats (Música de Câmara). Foi entre 2000 e 2002 discípulo de Trevor Wye, no seu Studio em Inglaterra. Participou em inúmeras masterclasses em Portugal e no estrangeiro com os maiores autistas da atualidade. William Bennett, Trevor Wye e Vicenç Prats foram os professores que mais inuenciaram a sua formação artística. Depois da sua Pós-Graduação em Inglaterra, obteve o grau de Mestre em Artes Musicais pela ESML/UNL, frequentando neste momento o Doutoramento em Artes Musicais (performance). Já atuou a solo com as orquestras Sinfónica Portuguesa, Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa, Sinfonietta de Lisboa, de Câmara de Cascais e Oeiras, da ESML e da Escola Prossional de Espinho. Foi, entre 1995 e 2003, 1.º Flautista da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras. De 1996 a 2005 integrou a Orquestra Gulbenkian como músico convidado, exercendo com regularidade funções de 1.º Solista. Atua regularmente em duo com o pianista Paulo Pacheco e a harpista Stéphanie Manzo. Colabora com o Moscow Piano Quartet e com o Ensemble D’Arcos. Efetuou inúmeros registos para a televisão, RTP e RDP-Antena 2. Gravou várias vezes com a Sinfonietta de Lisboa e com o pianista Bernardo Sassetti. Foi protagonista em dois documentários televisivos da RTP2: «Sons da Música» e «Bravo» (programa inteiramente dedicado à sua vida e carreira artística). Além de apresentações por todo o país, tocou em Itália, Alemanha, França, Espanha, Inglaterra, Dinamarca, em vários formatos de recital. Integrou, em 2012, a 8.ª Convenção Internacional de Flauta da British Flute Society (Manchester) num Recital dedicado a Música Francesa. Entre as distinções que obteve destacam-se o 1.º Prémio no Concurso Internacional de Flauta L’U.F.A.M., em França, o 1.º Prémio no Concurso Prémios Jovens Músicos da RDP, o Prémio Maestro Silva Pereira (Jovem Músico do Ano), Semifinalista no Concurso Carl Nielsen, na Dinamarca e o 1.º Prémio no Concurso de Improvisação Estilística na Convenção Internacional de Flauta, em Inglaterra em 2004. Foi dedicatário de obras concebidas pelos compositores Fernando Lobo, Eduardo Patriarca e Sérgio Azevedo. Nuno Inácio é descrito pela imprensa como sendo «…um jovem autista de ampla e colorida sonoridade, de excelente controlo técnico e interessante musicalidade.» (Jornal Público).
Notas Suplementares
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Andante em Dó Maior, para auta e orquestra,
KV 315 /285e (1778)
(duração aproximada: 6’)
Concerto para Flauta e Harpa em Dó Maior,
KV 299/297c (1778)
(duração aproximada: 30’)
I. Allegro
II. Andantino
III. Rondeau: Allegro
Intervalo
Sinfonia N.º 41 em Dó Maior, KV 551, Júpiter (1788)
(duração aproximada: 36’)
I. Allegro vivace
II. Andante cantabile
III. Minuetto: Allegretto
IV. Molto allegro